Ricci como Zelda |
A história começa antes do casamento, quando a jovem bela e irreverente incentivava escândalos e, com seus caprichos, inventava novas tendências da moda. Zelda era divertida, charmosa e, se vivesse hoje em dia, certamente teria milhares de seguidores no Instagram. Mas também tinha fama de não ser muito razoável.
De melindrosa à bipolar
Pouco tempo depois de terminar o ensino médio, Zelda conheceu F. Scott Fitzgerald em um baile. Ele apaixonou-se imediatamente, mas ela não se impressionou tanto assim. Enquanto se correspondiam, ela se encontrava também com outros homens. Determinado a obter segurança financeira e, assim, Zelda, Fitzgerald ampliou sua produção literária: quando publicou seu romance Este Lado do Paraíso, finalmente conseguiu o dinheiro necessário.
Eles casaram em 3 de abril de 1920, e começaram a fazer muito sucesso socialmente. Eram modernos, inteligentes, luminosos. Passaram a ser convidados para todas as festas mas, por trás dessa vida de glamour, havia uma união marcada pelo abuso do álcool, ciúmes, ressentimento e brigas frequentes.
Scott já era um alcoólatra desde antes de se casarem, mas agora ambos bebiam muito. Ele teve casos e, enquanto era aclamado por O Grande Gatsby, ela tentava firmar-se numa atividade criativa, sem sucesso e sem o apoio do marido. Quando Frances, a filha do casal, nasceu, Fitzgerald registrou Zelda dizendo, ao voltar do efeito da anestesia, "Espero que seja bela e tola—uma bela tolinha". Essas palavras acabaram na boca da personagem Daisy Buchanan, que manifesta uma esperança similar para sua filha.
Ela começou a mostrar sinais de obsessão e doença mental. Foi diagnosticada primeiro com esquizofrenia; depois com transtorno bipolar. Passou a entrar e sair de diversos sanatórios. Em 1936, Scott a internou no Highland Hospital, em Asheville, Carolina do Norte, e foi para Hollywood trabalhar. Sem que Zelda soubesse, ele começou um caso com a colunista de cinema Sheilah Graham.
Scott culpava Zelda por tudo que dava errado em sua vida. Eles se viram pela última vez em 1938, depois ele nunca mais a procurou. Ele morreu em 1940.
Em 10 de março de 1948, houve um incêndio na cozinha do hospital. Segundo uma versão, Zelda estava trancada em uma sala esperando pela terapia de eletrochoque. O fogo se alastrou através do poço do elevador de comida, se espalhando por todos os andares. As escadas de emergência eram de madeira e pegaram fogo. Nove mulheres, incluindo Zelda, morreram. Outra versão diz que os que os pacientes foram sedados e trancadas em seus quartos, e que o incêndio foi provocado por uma enfermeira vingativa.
Zelda morreu em relativa obscuridade, seu espírito lunático ultrapassado pela intensidade sombria da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial. Décadas depois de sua morte, artistas e biógrafos redescobriram sua vida. Ela inspira feministas como uma mulher de talento obscurecida sob o peso da dominação do marido; e será lembrada sempre como uma beleza trágica, a Marilyn Monroe da Era do Jazz.
Fotos: Amazon/Internet
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