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Keira Knightley vive a polêmica Colette no cinema


Indecente. Escandalosa. Imoral. De tudo isso já foi chamada Sidonie-Gabrielle Claudine, a Colette, maior nome feminino das letras francesas na primeira metade do século XX. Agora, a história já em muito esquecida da irreverente escritora vai virar filme com Keira Knightley no papel título. E as filmagens já começaram em Budapeste, na Hungria cidade escolhida para reviver o clima da Belle Époque.

Pela sinopse, o filme vai se concentrar no começo da vida literária da romancista. Ela tinha dezessete anos quando conheceu o escritor e crítico literário Henry Gauthier Willars, o Willy (Dominic West, de The Affair). Ficou fascinada pelo ar mundano, vasta experiência e cultura dele, que era bem mais velho e parecia tratá-la como uma igual - coisa rara naquela época. O namoro durou quase quatro anos e foi retratado até nas páginas da imprensa, já que o Willy era uma figura popular em Paris. Eles se casaram em maio de 1893.

Sidonie-Gabrielle Claudine, a Colette
Naquela época, Willy era considerado um dos autores mais prolíficos do momento, reconhecido dos salões da alta sociedade aos encontros literários. Embora as más línguas dissessem (com razão) que costumava usar "colaboradores" para escrever para ele, era um homem intelectualmente respeitado. Pouco depois de casar-se, ele teve uma "recaída" em suas conquistas. Colette logo soube que seu marido a traía, e a decepção foi tão grande que a jovem chegou a ficar doente.

A descoberta da infidelidade de Willy foi o início do processo de amadurecimento de Colette, e foi justamente quando o marido avistou nela um talento literário raro. Ele encorajou Sidonie a escrever suas memórias dos anos de escola, e assim nasceu a série de livros Claudine, lançados com a assinatura de Henry Gauthier Willars.

O primeiro livro, Claudine na Escola, foi um sucesso completo. A história de uma camponesa de 15 anos pervertida em sua inocência mistura homossexualidade e amor livre, imensos tabus em 1900. A verdade é que a Paris da Belle Époque era o lugar perfeito para publicar contos de entrega ao hedonismo puro. Claudine era Colette, mas Willy não se importava. Ele recebeu elogios de crítica e público e, aparentemente, chegou a trancar sua esposa em casa "para facilitar a concentração" na escrita de mais livros. Entretanto, a falta de reconhecimento pelo trabalho dela resultou no fim da relação.

O filme Colette deve se fixar nessa dualidade entre Sidonie e Willy. Será que ele apenas se aproveitou do talento dela? Ou foi uma oportunidade já que, de outra forma, uma mulher jamais poderia publicar o que Colette escreveu?

Colette no teatro de variedades
Divorciada em 1906, Sidonie tornou-se atriz do teatro de variedades, experiência que rendeu livros como La Vagabonde (1910) e L'Envers du music-hall (1913). Durante a primeira guerra mundial, foi jornalista; depois dedicou-se à literatura. Na década seguinte tornou-se célebre como escritora, abordando as inquietações da juventude do pós-guerra, assumindo o pseudônimo literário de Colette.

Sua obra fala das dores e dos prazeres do amor e são notáveis pela evocação sensorial de sons, sabores, cheiros, texturas e cores. São livros tão escandalosos como a vida da autora. Fez sucesso também em obras como Chéri (1920), La Chatte (1933), Duo (1934) e Gigi (1944), que virou filme em 1958 com Leslie Caron no papel principal.

Leslie Caron como Gigi.
Depois de Willy, Colette teve inúmeros amantes (homens e mulheres) e se casou mais duas vezes. Ela morreu aos 81 anos em Paris, em 1954, e seus restos mortais foram enterrados no famoso cemitério Pere Lachaise, onde se encontram também Balzac, Oscar Wilde e Molière. A romancista se tornou a primeira mulher francesa a ter direito a um funeral de Estado - apesar de que, pelo conteúdo de suas obras, o arcebispo de Paris se recusou a oficiar a cerimônia religiosa.

O filme Colette deve estrear em 2018.


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